ORIXÁS – BATUQUE/RS
Aqui no Rio Grande do Sul, também cultuamos os Orixás trazidos da África, por diversas Nações, não com a nomenclatura "Candomblé", mas praticamos também a Religião de Matriz Africana aqui conhecida como "NAÇÃO DOS ORIXÁS", ou simplesmente Nação (popularmente chamada de Batuque - nas antigas chamada de Pará). Importante frisar que temos semelhanças ao Candomblé, mas diferenciamos no Ritual. Segundo Pierre Verger, em visita ao Rio Grande do Sul, impressionou-se com o Canto Litúrgico (rezas) do Batuque e com o Ritual que acompanhou, pois a língua que estáva ouvindo era muito arcaica assim como o ritual, pois o que presenciava só era visto bem no interior da Nigéria e de Benin na África, em tribos bem primitivas .
A Nação é uma religião, praticamente com os mesmos Orixás do Candomblé, só que cultuados de forma diferente, devido a realidade que o negro encontrou aqui no Rio Grande do Sul, tendo em vista toda a adaptação que tiveram que se sujeitar, os Negros que aqui chegaram da Mãe África, também vieram de países como a Nigéria, Keto, Oyó, Igexá, Congo, Moçambique e Cabinda. Aqui no Rio Grande do Sul chegaram os Negros vindos da Costa do Guiné ou Nigéria (Sudaneses), região de Benin. Por virem de regiões diferenciadas da África, e nosso Brasil, sendo muito extenso, "criaram-se" diferentes cultos com denominações diferentes (Candomblé, Batuque, Xangô de Pernambuco, Tambor de Mina...), mas a matriz é a mesma mas os Deuses Africanos dependendo da Nação tem outra classificação que os diferencia: Inkises, Orixás e Voduns Acredita-se que no Brasil, mais que na própria África, cultuamos a religião africana, vamos dizer, aquela da época da Diáspora forçada. Pois aqui a religião se adaptou e conseguiu sobreviver como forma de cultura, resistência e união de toda uma raça. Lembramos que nossos Terreiros foram símbolo de resistência e ainda hoje continuam sendo. Existem no Rio Grande do Sul muitas casas de Batuque (Nação) que seguem os preceitos de determinada Nação (Oyó, Jeje, Ijexá, Cabinda, Nagô) vindas da África, embora algumas casas serem da mesma Nação, ainda assim, tem suas peculiaridades, face as raízes daquela Casa, formação religiosa e cultural do "Pai ou Mãe de Santo (Babalorixá ou Yalorixá), devido ao fato que nossa Religião Africana não foi uma religião escrita e sim vivida e transmitida oralmente na vivência de seus integrantes, bem como adequada a realidade aqui encontrada e vivida pelo negro, o que torna nosso Batuque muito genuíno. Raras são as bibliografias sérias que existem a nosso respeito, as que existem ou são muito fracas ou pertencem a algum "dono" da verdade, ou narra somente uma determinada facção religiosa, o que dificulta o entendimento e estudo. O perigo desta bibliografias está no ensinamento de rituais. Fato este que não deveria acontecer, pois cada Nação tem sua forma de atuar, e ainda, o que deveria ser publicado a respeito seria a história sociocultural de nosso povo, nossa filosofia e a nossa religiosidade e não rituais. Estes ensinamentos são muito perigoso, pois muitas pessoas podem fazer destes livros verdadeiros manuais de "Pai de Santo", SE TORNANDO UM SEM NUNCA TER SIDO. Nossa Religião precisa urgentemente de moralidade e principalmente de união, para podermos separar o "joio do Trigo", para acabar de uma vez por todas com essas discriminações que viemos sofrendo por conseqüência desses falsos e incompetentes "pais de santo". A grande prova disso, é quando realizamos nossos rituais à Yemanjá em nosso Litoral, o numero de pessoas que cercam nossos trabalhos e impressionante, mas a maioria deles não freqüentam nossos Ilês, justamente porque um ida caíram em mãos erradas de falsos sacerdotes africanistas. Nós africanistas natos amamos nossos Orixás, os cultuamos com muita fé e seriedade, pois diante das dificuldades que o mundo nos apresenta eles irão nortear a nossa vida. AXE DO PAI XANGO AGODO E MAE OXUM DOCO