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ACASSA

 

EKÓ

 
 
ACASSÁ
Chamado de  Oggi  ou ékọ  e também  Agidi  na  Nigéria,  de  Kafa,  makumé no  Togo e  de  Akassa  e Lio no Benin, o acaçá brasileiro, assim como nas demais  tradições, tem como  matéria prima  o milho, produto  este que foi introduzido  na  Nigéria  segundo  pesquisas,  pelos  Portugueses no século XVI.
 
O consumo  do  ékọ  em  larga  escala  na  cultura africana  em especial a Yorùbá é determinado por seu elemento de origem, o milho! Conhecido na Nigéria por diferentes nomes a depender do vernáculo, em yorùbá como agbado ou igbado assim como yangan, pelos Hausa por masara ou dawarmasara,  já  os  Ibo o  chamam  de  àgbàdo e oka,  os Bini o denominam  oka.
O  milho tem um papel  fundamental  na  alimentação tradicional   dos   nigerianos, e  é   ainda mais   importante  na  alimentação  de doentes  e  de  crianças  em  fase  de   desmame,  não podemos  esquecer sua função  no  tocante  as  questões  religiosas. Dizia Verger:  “As varias partes  do  milho  entram  na  composição  de  trabalhos pertencentes sobretudo ao campo mágico".
O milho esta associado simbolicamente  com  riqueza,  prosperidade,  abundância,  sorte,  fertilidade, multiplicação  e  vitoria  dentre  outros   fatores.
A  folha da Bananeira tem como nome tradicional Eweógẹdẹ, é razoável pensar que por seu frequente uso no preparo do acaçá no Brasil, passou a ser denominada por alguns de EweEkó, apontada como: “a folha de uma determinada espécie de bananeira  do mato”, informa Mãe  Beata.
A pergunta a ser feita é: porque Ewe Ekó para a folha da bananeira, e não Ewe acaçá, visto que  é  por  este  nome  e não Ékọ que esta comida ficou conhecida no Brasil. Um dos fatores que nos levam a crer que o nome da folha da bananeira não deveria estar veiculada ao ékọ, é que: o advento do milho na África é posterior ao da banana; assim o nome original da folha estava relacionado ao fruto em questão, e não ao alimento que posteriormente ela envolveria, já escrevia Verger: “Um caso interessante é o da àgbàdo, nome yorùbá do milho, planta originaria da América e introduzida na África em  tempos  recente”. Ékọ ao contrario do que apontam alguns, não é o nome yorùbá da folha da bananeira, e sim o nome dado a Jaca ou Graviola denominadas: Ékọ òyìbó ou ọmọdé, além de que, em sua obra, Verger relata todos as variantes dos nomes yorùbá  relacionados a bananeira e suas folhas, Ewé ékọ não faz parte desta lista, ao traduzir o nome desta folha em um dos preparados magicos “işẹgun inira” o nome Ewe ọgẹdẹ omini, foi traduzido como: Folha de bananeira. Em relação ao uso do  acaçá para as  divindades, diz Maria Inês Couto de  Almeida, Ifatosin ao abordar  Obatala  (Oxalá) em sua obra: “A comida de Orisa'nlá não deve levar sal nem pimenta. Além de igbin, oferece-se orogbo, côco, egbo, ékọ funfun (acaçá) em número de 16 ou 32, enrolados numa folha de ewe-iran (árvore nigeriana)”*. Juana Elbein afirma: “Retirado seu involucro verde, ele constitue a comida dos orisa funfun” e  cita que a folha com esta finalidade dentre os Yorùbá é oriunda  de  uma planta  denominada  por ela de  ÈPÀPÓ.
Ewe eeran.
Nas oportunidades que tivemos de estar em solo Yorùbá, notamos que uma das folhas usada para envolver o Ékọ foi denominada Ewe Eerán grifada por Ifatosin como Iran, (Thaumatococcus  daniellii).
Muito embora, diferentemente do que colocou Ifatosin, não se trate de uma árvore, Ifatosin diz: “ékọ funfun (acaçá) em número de 16 ou 32, enrolados numa folha de ewe-iran (árvore nigeriana)...” esta folha que uma vez “enrolada” ao alimento, facilmente  será confundida com a folha  de  bananeira  dada  a   sua  textura. Mesmo  com seu  uso frequente  na  Nigéria  para   envolver  o  ẹkọ, Ewe Erán  não  passou a  ser  denominada  Ewe ékọ pelos  que   fazem  uso  desta. Outra folha  muito  usada no  estado de  Oyó, é  a Ewe  Gédu,  oriunda da árvore do mesmo nome,  a qual  tivemos  a   oportunidade de  tocá-la  e sentir sua textura que lembra a língua de um gato. Bobola, filho  do respeitado Awişé  de Oşogbo  Babalawo Elebuibom, o qual  nos causou, imenso  prazer ao  conhece-lo, informou-me o nome de outra folha usada para o mesmo  fim que a folha de eerán em Oşogbo, é a Ewe Gbodogi,  folha  esta, que também era usada para cobrir as casas na antiguidade, fato que  pode ser constatado no  oriki  de Logun  Edé:
“Òjo pá gbodogi ró woro woro”.
 
Wande Abinbola aumenta ainda mais a lista quando relata o uso da folha de mamona, Ewe Lara como invólucro do ékọ. Muito embora o ékọ esteja estreitamente ligado à Oişa'nlá, o mesmo não se da com a bananeira, que por muitos é atribuída Şango, por outros à Iroko (Loko) e Eşu. José Flavio Pessoa de Barros e Eduardo Napoleão na obra EWÉ ÒRÌŞÀ, ressaltam: “Embora o acaçá seja o alimento predileto de Oxalá, a este orixá são atribuídas apenas às folhas de banana-prata, pois a banana-d água (ógẹdẹọmìnì) é um dos seus principais “ẹwọ” (interdito), como também é para Oiá”. Aqui dois pontos conflitantes, o primeiro é que diferentemente do que foi colocado, o principal alimento de Oxalá é o Igbin (caracol), outro é que o nome yorùbá ọgẹdẹọmini, esta relacionado à planta como um todo e não a folha ou uma variedade desta, assim como o termo ógẹdẹ abo, ógẹdẹ loboyọ e ógẹdẹ párántà, registrados por Verger. Já a Banana d'água (denominada ọgẹdẹọmìni por José B. E Eduardo N.) também chamada banana-nanica e tem como nome científico: Musa Cavendishii e foi identificada por Verger como ọgẹdẹ-ntiti oyinbo, talvez o equivoco esteja no nome yorùbá, ỌMINI (ọmi-ni) o que no primeiro momento nos leva a interpretar como ser ou ter – água - muito embora a grafia para água em yorùbá seja – OMI.
Da analise destas informações podemos afirmar que não é a folha da bananeira que torna o ékọ propicio a Oxalá e sim o preparado a base de agbado funfun, pois algumas bananeiras chegam a ser até  um  dos seus interditos, segundo José Flavio e Eduardo. 
Folha de gédu usada em Ilero, Oyo.
Há quem afirme que, o ato de enrolar a massa - ékọ na folha da bananeira, é o que a transforma (a massa) em acaçá. Não podemos assim crer, que é a folha da bananeira a responsável por esta transformação, uma vez que independente da folha que esta comida esteja envolta ela sempre será denominada ékọ nome yorùbá do acaçá no Brasil. Se formos levar em consideração o fato de que a massa de milho ékọ, só se torna acaçá depois de envolvido na folha de banana; Em sendo assim, Obatala em muitos lugares na Nigéria não se alimenta do acaçá, e sim de ékọ, pois como podemos ver a folha da bananeira não é a mais usada na Nigéria. Juana escreve que: “O àkàsà (escrito àkàşù por Abrahan) é um àpólàékọ, isto é, um pedaço de uma porção de ẹko sólido...Essa porção ou este pedaço é envolvido em folhas de uma planta...Cada um desses pacotinhos de ẹkọ recebe o nome de àkàsà”. Podemos  encontrar  dentro  do  dicionário  yorùbá,  a  palavra  àpólà  – significa: lenho ou pedaço de madeira- numa alusão clara à parte de um todo; ainda com o apoio do dicionário, encontraremos o termo citado por Abrahan-àkaşu, subs:. Um grande tabuleiro, de massa de agidi (milho branco), o que é contraponto à afirmação de Juana, que aponta o akasa como partes da massa ékọ, embora o termo àkaşu relata algo em seu todo, não fragmentado. Se unirmos o termo  àpólààkàşù, encontraremos referencia à – “um pedaço (parte) do todo”, assim, um  acaçá seria  um  àpólààkàşù  e  não um  àpólàékọ. No pensamento  de Juana não é o uso da folha, e sim sua divisão/fragmentação que determinam  a diferença entre A e B (àkàsà) e (ékọ), fato  que  não ocorre em África, onde  a massa  enrolada em qualquer folha é denominada ékọ, se esta massa  não chegar ao ponto sólido  e  frio  será denominado ogigbona.
A palavra que identifica a mesma massa de milho na língua ewe-fon é akassa, próxima na ortografia do termo usado por Juana, akasa, muito embora o termo akassa em Fon é o mesmo usado tanto para a massa envolta em folha quanto a massa por si só. Em um verso do Odu Ogbe-Okanran, encontramos esta divisão da massa em pedaços dentro de um sacrifício prescrito: “Ifá  diz: alguém não esta bem; este  alguém  deve fazer  um  sacrifício para  que  se torne  capaz  de comer, ou um bebê de colo está doente e não  consegue  comer nada;  devemos  fazer  um  sacrificio  para que ele possa comer  novamente: Um bode, cento e vinte pedaços  de  mingau  de  milho  (ẹkọ)   e  três  shillings  é  o  sacrifício  exigido” Bascom. Embora a  divisão da massa esteja  presente no Itan, este fato não muda o nome usado pelo informante do Bascom para identificar a massa de milho. A folha  da  banana não  seria o  segredo do ékọ como afirmam alguns, ele poderia ser enrolado  em outras  folhas,  como já pode ser observado no decorrer deste texto. Ominderewa diz: "Na verdade, deveria se utilizar não a folha de bananeira, mais uma folha parecida”, e pontua, o uso da folha da mamona-branca (Ewe-lara funfun) em algumas casas, a mesma  afirmação é feita por Beata de Iemanja, que diz: “Vários axés não fazem  uso  da folha de bananeira para envolver o acaçá” e afirma não considerar  errado  o fato de  não enrolar o acaçá, o importante segundo ela é: “a sua presença como oferenda”.
O fato é que,  ao oferecê-lo como alimento propiciatório à divindade, a folha deve ser  retirada  e de  nada mais serve  ao orixá  o  qual  foi ofertado, talvez, e só  talvez,  seja  este  fato que  esteja  levando  alguns  a  abrir   mão do uso da folha. “Retirado se seu invólucro verde, ele constitui a comida dos orisa funfun” afirma Juana Elbein. Isto  faz crer  que, como alimento ritual dedicado a outra divindade,  que  não  seja funfun,  por exemplo, Şango,  a  folha  não  deva ser  removida? Por mais uma vez  somos obrigados a  não concordar! Ela vai além para determinar que: "Envolvido numa folha verde... é simbolo de um ser e, como tal,...pode  representar  qualquer  animal  ou  mesmo substituir um ser humano”. Juana  aponta  a  representação  do  acaçá  como sendo a totalidade de um  ser humano ou animal, nada reduzido a massa encefálica como informado  por  Mãe Beata. Neste momento faz-se uma  indagação: Dentro deste  raciocínio,  poderíamos  oferecer um acaça  em  substituição  a  um animal sacrificial, como por exemplo, a cabra? E no caso de obtermos um sim, (o que não concordo) em qual dos três grupos de “sangue” este “acaça-bra” estaria relacionado, animal ou vegetal... no vermelho,  preto ou o branco, relembrando  que  o invólucro do Ékọ, segundo ela, é preto e seu conteúdo branco (ambos vegetais), não  encontramos  aqui  o  “vermelho”. O que  a autora  não  mencionou é o  fato de que na tradição  das  divindades  em questão o sacrifício  humano foi substituído pelo sacrifício da cabra, não de um acaçá, e  este  fato  esta  registrado  nos  contos  sagrados  de  Ifá.
Não esta sendo aqui questionado o poder mágico da folha ou do fruto da bananeira,  quanto  menos o acaçá/ékọ,  quanto  alimento  tradicional  tanto  dos  Yorùbá   quanto   de  suas  divindades,  e sim,  a  alegação  feita  por  alguns  de  que, para  se  ter  axé, o  ékọ  tem  que  ter  sido  enrolado  na folha da bananeira[...] ou que, só vira   acaçá-ékó  depois  do  contato com a folha da bananeira, e  por  fim  que  seja  a  folha  da bananeira  a  única  ao qual  o acaçá  (ékọ)  deva  e  possa  ser  envolto
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